sexta-feira, 30 de abril de 2010

STEVIE WONDER OU STIVINHO MARAVILHA

Stevie Wonder em janeiro de 1963

Acho que para o grande público no Brasil o sucesso de Stevie Wonder começou nos anos 80. Mas, na verdade, o menino que nasceu prematuro (por isso ficou cego) no interior de Michigan, Estados Unidos, em 1950 e se mudou para Detroit ainda pequeno foi lançado em 1961. E pela Mowtown, uma das gravadoras mais importantes de todos os tempos, especializada em música negra americana e que revolucionou a história da música pop, lançando nomes como Diana Ross, Marvin Gaye, The Jackson 5 . E foi o dono dela que revelou o "Little Stevie Wonder" (alguma coisa como o Pequeno Stivinho Maravilha) aos 11 anos. Ele era um menino-prodígio que encantava os adultos que o ouviam e em poucos anos já estava compondo, não só pra si mesmo, mas para outros astros da gravadora.

De menino prodígio, nas décadas seguintes ele se mostraria um gênio. E daí pra frente foram incontávei sucessos e muitos clássicos desde My cherie amour à linda Isn't she lovely? (que tem o choro da filhinha dele) e a indefectível I just called to say I love you. Essas e muitas outras mais permaneceram nas paradas de sucesso em várias partes do mundo. E o Little Stevie se tornou uma lenda viva da música moderna.

A canção de que eu quero falar, porém, não foi ao topo das paradas, é de 1972 e nem é muito conhecida. Meu irmão me mostrou um dia e me apaixonei perdidamente. Continuando o post de ontem, falando em acreditar. A poesia e a esperança de I believe (When I fall in love) transbordam na letra e na música e fazem com que gente queira mesmo se convencer de que da próxima vez vai ser para sempre. E Stevie Wonder é o mágico desse truque.




Eu acredito (Quando eu me apaixonar)

Sonhos despedaçados
Anos desperdiçados
Aqui estou eu preso dentro de uma concha vazia
A vida começou
depois acabou
Agora eu olho para um poço vazio e frio

Os muitos sons que chegam aos nossos ouvidos
As cenas que nossos olhos guardam
Vão abrir nossos corações emergentes
E alimentar nossas almas vazias

Eu acredito que quando me apaixonar por você vai ser pra sempre
Eu acredito que quando me apaixonar dessa vez vai ser pra sempre

Sem desespero vamos compartilhar
E as alegrias do cuidar não serão substituídas
Aquilo que foi um dia nunca deve ter fim
E por causa dessa força não seremos apagados
Quando as verdades do amor são plantadas com firmeza
Não são difíceis de encontrar
E as palavras de amor que eu falar pra você
vão ecoar na sua mente


Beijos

Ana Mineira

quinta-feira, 29 de abril de 2010

MEDIOCRIDADE ANÔNIMA




Seguramente a Internet é uma das maiores invenções da história. Veio para revolucionar nossas vidas, para encolher o mundo, para diminuir distâncias, para democratizar. E apesar disso ser tão maravilhoso, muitas vezes é assustador e quando uma coisa assusta nós a mitificamos. Por isso a Internet virou o quarto escuro do século XXI, cheia de monstros e fantasmas.

Minha visão sobre isso é, particularmente, tranquila. Acho que a Net não favoreceu maus hábitos, acho que ela não aumentou o maucaratismo. Eles sempre estiveram aí. Pessoas sempre mentiram, sempre traíram, sempre se esconderam e nunca precisaram de computador pra isso. Para se ter uma idéia o primeiro sistema de correio de que se tem notícia remonta a 2400 anos antes de Cristo, no Egito. Alguma dúvida de que a carta anônima já existia antes disso??? E os telefonemas anônimos?? O que seria dos filmes e novelas dos anos 70 e 80 sem eles??? O que está diferente então?? A tecnologia, nada mais. A covardia continua a mesma.

Uma outra coisa permaneceu... A dúvida. Consigo até imaginar os egípcios com aquelas carinhas triangulares e cajal no olho se perguntando porque uma pessoa se daria ao trabalho de fazer uma coisa tão besta quanto intrigas anônimas... E acho que as repostas também não mudaram... Pelo menos a principal delas e a mais óbvia. É incrível como não é preciso ter muito para se despertar a inveja. A mediocridade se ressente até da paz de espírito alheia. E como não lembrar dos vilões das novelas mexicanescas e suas vidas vazias... Sem amigos, sem amores se contorcendo de ódio com o sucesso dos mocinhos.

Por isso o anonimato da Net não me assusta. Pessoas de verdade não tem nada a esconder, nem a temer de quem tem. Acho que tudo que precisamos fazer é preservar nossa intimidade na medida do razoável e isso vale pra qualquer lugar ou situação. A mentira na Internet tem tanta força e resistência quanto fora dela. E a medida disso somos nós mesmos que decidimos, quando damos importância ou sabiamente ignoramos a mesquinhez do outro.

Então... perdoemos a fraqueza humana!




Beijos

Ana Mineira

terça-feira, 27 de abril de 2010

HANDY MAN



Hey girls gather round
Listen to what I'm puttin' down
Hey baby I'm your handyman

I'm not the kind to use a pencil or rule
I'm handy with love and I'm no fool
I fix broken hearts
I know that I truly can

If your broken heart should need repair
then I am the man to see
I whisper sweet things
you tell all your friends
They'll come runnin' to me....

Here is the main thing that I want to say
I'm busy twenty four hours a day
I fix broken hearts,
I know that I truly can



A tradução é por minha conta e totalmente livre por isso deixei a expressão handy man no original. Porque em inglês ela é bonita e em português o mais próximo que existe é a horrorosa "faz-tudo". Na verdade define um homem habilidoso, que sabe consertar qualquer coisa. Mas o mais importante é se encontrarem algum desses por aí, mandem pra cá, por gentileza... Se for o James Taylor com esse violão, na época que ele tinha cabelo... nem precisa mandar, deixa recado no Echo que eu vou até lá...

Ei, garotas juntem-se aqui
e escutem com atenção
Ei, querida, sou seu handy man

Não sou do tipo que usa lápis ou régua
Sou habilidoso com amor e não sou bobo
Eu conserto corações partidos
E sei que consigo de verdade

Se seu coração partido precisa de reparos
Então sou o homem que você procura
Eu sussurro palavras doces
Conte para todas as suas amigas
Elas vêm correndo pra mim

E aqui está a coisa mais importante
que tenho a dizer
Trabalho 24 horas por dia
Eu conserto corações partidos
Querida, sou seu handy man


Beijos

Ana Mineira

sábado, 24 de abril de 2010

ANINHA



Nossa...
Falar da Aninha...
É falar de alguém que sente as coisas com a mesma intensidade que eu
O que de partida já é absurdo...
É falar de alguém que sofre mais com os meus problemas do que eu.
É falar de alguém que começou como minha xará de primeiro nome,
depois passou pro segundo,
até que um belo dia descobri que temos as mesmas iniciais...
Em número de letras o nome dela só tem uma a mais,
senão, como diz um amigo,
seríamos numerologicamente gêmeas.
E ela ama com uma força...
e acredita com uma força...
e duvida...
e confia...
e torce...
e briga...
e agrada...
e trabalha...
e estuda...
e ri...
e chora...
Como se cada vez fosse a primeira e a última.
Desde a primeira vez que a "vi"
soube que seríamos muito amigas ou inimigas mortais.
Quis a vida,
ou a sorte,
ou o acaso,
ou o destino,
ou quem sabe foi Deus mesmo,
que na Sua imensa bondade nos colocou do mesmo lado?
Com certeza Ele estava pensando em mim...
Não gosto de me gabar não,
mas, cá entre nós,
Deus tem uma predileção descarada pela minha pessoa.
Tanta assim que pôs a Aninha na minha vida

Ixi... já estou divagando...
então vou deixar que a ternura da Martinha fale por nós:





Um anjo bondoso que está sempre pronto para acolher,
Uma leoa preparada para nos defender,
Uma amiga que está sempre do nosso lado...
Você é o ombro das horas difíceis,
o riso contagiante do momento feliz,
a palavra certa na hora certa,
a irmã que eu escolhi...
Muito obrigada, minha amiga,
Por estar comigo quando fico triste,
Por dividir comigo a alegria.
Obrigada por deixar ter você na minha vida...


Você não merece um dia especial...
Você merece uma vida especial!
Que teus dias sejam um reflexo daquilo que você transmite,
Que a alegria esteja sempre presente na sua vida,
Que o amor transborde em sua alma,
Que você seja sempre essa pessoa ...

Linda!!!!

Gifs - Flash - Fotos e Videos Para seu Orkut
Parabéns!

Amiga, te amamos!

FELIZ ANIVERSÁRIO!

sexta-feira, 23 de abril de 2010

PEDRO ÁLVARES CABRAL E A HISTÓRIA



Shopping center, fila pra pagar o estacionamento. Mãe da coleguinha do filho para atrás de mim. Fazer o que, né?? Tem que conversar... Tá no paragrafo 5, ítem 9, da CEMAMS (Convenção de Etiqueta das Mães de Alunos da Mesma Sala). Achei que íamos ficar nas triavialidades quando ela me sai com essa: "Você está satisfeita com o ensino do Colégio? Eu não estou nem um pouco! Aliás, até marquei reunião com a diretora para semana que vem." Fiquei imediatamente arrasada com aquilo! Não sei o quanto vocês entendem disso, mas posso resumir o que significa ser mãe em uma palavra: culpa. O que veio naquela hora na minha cabeça foi: "Como é que o ensino da escola está assim tão ruim e eu não percebi??? Que espécie de mãe eu sou??" Respondi disfarçando: "É mesmo??" E ela irritadíssima: "Você não reparou o que eles estão estudando em História? Aquela bobagem sobre culturas de outros países?? Isso eles aprendem depois! Até agora não falaram em Pedro Álvares Cabral, no ano em que descobriu o Brasil, nada disso! Assim não dá!"

Choquei. Fiquei muda. Santa Ignorância, Batman!!! Quer dizer que História se resume a Pedro Álvares Cabral??? Eu que estava toda orgulhosa do meu filho aprender a origem dos hábitos culturais das diversas matrizes desse caldeirão que é esse país, fui pega de surpresa pelo saudosismo retrógrado daquela moça.
Uma mulher jovem, mais nova que eu. Universitária... Não que eu não ache importante que se estude o Descobrimento e todos os fatos que marcaram nosso passado, mas é tão bom ver a educação iluminada de idéias novas, reconhecendo a importância de coisas que não sejam apenas datas e nomes pra decorar.

Fiquei pensando duas coisas devastadoras. A primeira delas era na influência daquela pessoa nos rumos desse país e desse mundo. Sim, porque além de estar prestes a ter um diploma universitário com tudo que isso implica e não implica, ela está educando dois seres humanos, que provavelmente vão crescer sem ter noções simples de coisas importantes. Que tipo de cidadãos essa família ainda vai gerar? A segunda: fiquei pensando também que se eu, ali, inocente passante, apenas tentando tirar meu carro do shopping com dignidade, estava ouvindo aquela abobrinha o que não escutariam as pobres professoras todos os dias de criaturas como aquela (que, com certeza, não deve estar sozinha)?? Meu coração se encheu de piedade e por um momento eu até me esqueci da birra que tenho da tal diretora.

Ontem a noitinha fui à escola buscar filhote e tinha um carro parado na porta em fila dupla. Nenhuma novidade, né? Eu, pessoalmente tenho pavor de parar em algum lugar que tumultue a vida dos outros. Morro de vergonha quando, por infelicidade minha, acontece. E sei como é irritante essa confusão de porta de escola, mas muitas vezes até entendo porque isso se mistura com questões de segurança das crianças, falta de vagas e outras coisas difíceis de evitar. Mas esse caso era especial. O carro ficou parado naquele lugar por uns dez minutos para esperar duas meninas uma de 9 e outra de 4 escolherem e pagarem todos os doces que queriam na mão do vendedor que fica naquele portão. Terminada a tarefa o carro arrancou e a vida da cidade pôde seguir em paz. Advinhem quem era?





Beijos

Ana Mineira

* Beijinho especial pra Aninha, que tá ficando dodói com a mudança de estação.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

DIGAM O QUE QUISEREM & PONTINHO






Acho que a essa altura já deu pra perceber meu fraco por filmes de adolescente, principalmente dos anos 80, né? Mas acredito que as pessoas da mesma geração que eu e que também foram educadas pela Sessão da Tarde são capazes de entender esse fascínio.

Deixa eu explicar como era: Podíamos assistir aos clássicos água com açúcar dos anos 50 e 60, ver todos os filmes do Jerry Lewys e do Elvis Presley infinitas vezes ou uma comédia romântica adolescente... e só. A vida era simples assim. Sem internet, sem TV a cabo, sem opção...

Por isso, se observarem pessoas da minha idade (que não interessa dizer qual é...) vão perceber que todos temos uma paixão secreta (ou nem tanto) por um astro desse tipo de filme. Pode ser o Robie Lowe, o Matt Dillon, a Mary Stuart Masterson, a Molly Ringwald ou, como no meu caso, o John Cusack (de Alta Fidelidade, Os queridinhos da América, O juri).

Em "Digam o que quiserem" ele é Lloyd Dobler aluno do último ano do ensino médio, que se esforça pra sobreviver e passar de ano e de repente resolve convidar sua colega mais inteligente e bonita, a oradora da turma para uma festa. Calaro que eles se apaixonam!!!! E ele mostra a ela um outro lado da vida, mais adolescente e despreocupado para desespero do pai da mocinha, que está de viagem marcada pra estudar na Europa e foi criada para ser uma dama.

Tá, admito, o roteiro é trivial. Mas foi o primeiro que o Cameron Crowe (de "Jerry Maguire") dirigiu e tem o John e... também tem o John e... Ah!!! Tem a cena em que ele segura um som imenso (daqueles que só a década de 80 era capaz de fabricar) no jardim da casa da namorada (que tinha dispensado o rapaz por causa do pai ridículo) e toca pra ela a mais linda música do Peter Gabriel (ai, o
Peter Gabriel...) "In you eyes" numa cena que se tornou antológica.

Enfim: é romântico, divertido e delicado e eu recomendo (e tem o John Cusack). Pronto!



Hoje é aniversário de um amigo querido desse blog, que sempre nos deu muita força e nos encantou com sua poesia feita de imagens: o JSH, ou o Pontinho, ou o Jota ou qualquer outro das centenas de nicks que ele usa. Mesmo quando está sumido Pontinho é parte da turma com sua gentileza, prestatividade, sensibilidade e inteligência. Aliás, sumido ele sempre foi... ou deveria dizer discreto, invisível, misterioso... Não importa. Foi assim que ele nos conquistou e, como se não bastasse, ainda nos trouxe a Feliz de presente.
Nossos muitos abraços e beijinhos.

Feliz Aniversário

Suas musas



Gente, é o Pontinho... é claro que eu não ia me atrever acolocar aqui uma outra imagem que não fosse dele né...

Beijos

Ana Mineira

segunda-feira, 19 de abril de 2010

sexta-feira, 16 de abril de 2010

FUJA DELES!!!!


















SERVIÇO DE UTILIDADE PÚBLICA DO DEBS
Nas rodas femininas é recorrente a afirmação de que está faltando homem no mercado. “Eu discordo. Penso que não estão faltando seres do sexo oposto, mas homens de verdade, desses que fazem a diferença”, brinca a psicóloga Lígia Guerra, autora do livro "O Segredo dos Invejáveis", publicado pela Editora Gente. Por essa razão, ela propõe “estudar o mapa da rota das encrencas” para desviar delas e encontrar o “tesouro perdido”.

É que, segundo a psicóloga, alguns homens significam problemas e é possível identificá-los facilmente. Mas que fique bem claro que se trata apenas de uma sugestão bem-humorada para evitar relacionamentos conflituosos. Afinal, o ditado popular diz que “todo mundo tem sua tampa da panela”.

“Se a mulher quer ter um parceiro legal, é bom prestar atenção em algumas características antes de apostar na relação”, recomenda a profissional. Vamos a elas:

- Homens que são sarados além da conta, que dão a impressão de que seus bíceps, tríceps e afins vão explodir a qualquer momento. “Certamente merecem uma fuga estratégica, pois não devem ter muito tempo para outras coisas além do próprio corpo, como trabalho, estudo, cultura, família e, claro, para você”, diz Lígia.


- Homens que se dizem apaixonados pelas mulheres. “Saia correndo que é encrenca na certa! Um exemplar assim é 'galinha' ou inseguro e está querendo fazer estilo. Nenhuma das opções anteriores merece uma única chance sequer”, analisa a psicóloga.

- Homens que chegam à balada olhando para o nada, como se estivessem desfilando em uma passarela virtual, que só eles enxergam. Dessa maneira completamente “despretensiosa”, eles transitam entre as “pobres mortais” como se elas não existem, fazendo ares de que “a eleita” receberá uma grande honra. “Um homem narcisista assim não dá para encarar nem por caridade. São colecionadores de mulheres”, dispara.

- Para a psicóloga, o tipo que leva o prêmio de “Missão Impossível”, é aquele que fala das ex-namoradas. “Esse não tem concorrente, pois, além de grosseiro e chato, é sabotador. Se ele não valoriza a mulher nem no início do relacionamento, imagine como serão os próximos encontros?”, questiona.

- Segundo Lígia, é bom também ter desconfiança destes tipos de homens:

  • que só falam de si
  • que “engolem” as mulheres com os olhos
  • que são grosseiros com os empregados
  • que tratam as mulheres como serviçais ou objetos
  • que se divorciam da mulher e dos filhos
  • que têm como grande objetivo de vida trocar de carro todo ano

Para a profissional, o que falta aos tipos mencionados é inteligência emocional. “Conheço homens muito bem sucedidos que não sabem rir de si mesmos, que são engessados e levam a vida a sério demais”, diz.

“Um homem especial consegue transmitir com um olhar que a mulher está linda, mesmo sem nenhuma produção. Olha com amor quando ela está preparando um simples jantar e a faz se sentir única. Ele não precisa pagar as contas sozinho e ter todas as respostas, basta que sonhe junto com a mulher e some forças. É pedir muito?”, conclui a escritora.

* Matéria da redação da página Uol Estilo - Comportamento


Meninas, façam bom proveito, por favor!!

Beijinhos

Ana Mineira


terça-feira, 13 de abril de 2010

INFÂNCIA DE LIVROS




Vou fazer uma confissão: Monteiro Lobato nunca foi meu autor preferido, nem na infância. Pronto, falei! Quando vejo entrevistas de escritores, atores, compositores falando dos livros preferidos de criança, geralmente os olhinhos brilham e eles falam de Reinações de Narizinho, Caçadas de Pedrinho, Memórias de Emília, eu fico ligeiramente constrangida. Porque apesar de reconhecer a importância de Lobato para a Literatura Brasileira, principalmente a infanto-juvenil (o que seria absurdo negar afinal de contas, no
dia de seu aniversário, 18 de abril, é comemorado o Dia Nacional do Livro Infantil), nunca consegui ser sua fã.

Nada disso significa que minha imaginação não tenha sido povoada de personagens igualmente encantadores. Várias histórias marcaram meus tempos de menina e a primeira que me vem à memória é a Bonequinha Preta. Ainda me lembro de participar da festinha de formatura do pré, quando o livro foi encenado e do tombo que o verdureiro levou quando a bonequinha caiu no seu balaio (afinal de contas, eram crianças de 6 anos...). Além da admiração pela autora, uma senhorinha que viveu em Belo Horizonte até os 102 anos, a professora Alaíde Lisboa de Oliveira.


Tempos depois teve uma tarde de autógrafo no shopping com o querido Ziraldo. Meu primeiro contato com o Menino Maluquinho... Ainda tenho o livro aqui em minhas mãos, com meu nome e do meu irmão na dedicatória e a data que minha mãe escreveu no verso da contra-capa (que não vem ao caso saber qual é, diga-se de passagem). Mas a emoção daquele momento e a doçura do Menino são coisas que nunca vou me esquecer.

E ainda Maria José Dupré com sua A Ilha Perdida. Ela que era elogiada por Lobato e que escreveu Éramos Seis, se enveredou pela aventura infanto-juvenil nessa obra que era obrigatória e que encantava. Geralmente era pela Ilha que tínhamos o primeiro contato com um clássico da nossa geração: A Coleção Vagalume, feita na medida pra despertar a paixão pela leitura em pré-adolescentes. Semana passada vi uma criança lendo a Sra. Dupré.

Um pouco mais tarde veio Lúcia Machado de Almeida que contribuiu com os misteriosos O Caso da Borboleta Atíria e O Escaravelho do Diabo, principalmente. Não consigo me esquecer da mariposa que se disfaçou de coruja para enganar uma testemunha do crime. Lembro de me sentir tão importante quando li... Parecia livro pra adulto.


Muito depois disso começa pra mim uma outra fase literária. Aquela em que nas encenações meu papel é atrás da máquina fotográfica. Ainda tive gratas surpresas redescobrindo a literatura infantil pelos olhos do meu filho. Foi como conheci Ana Maria Machado e a sua Menina Bonita do Laço de Fita. Um primor de história, que fala de diferença racial com uma delicadeza maravilhosa.

Adoro as segundas chances proporcionadas pela maternidade. Nesse momento estou lendo (palavra de honra!) A Bolsa Amarela de Lygia Bojunga. Não é um livro jovem, foi lançado em 1976, mas só agora tive o prazer de conhece-lo. Estou apaixonada pela menina que esconde na bolsa suas 3 grandes vontades: a de ser gente grande, a de ter nascido menino e a de se tornar escritora.


Em todas as idades que tive, livros coloriram minha vida de maneira inexplicável. E acho que uma das melhores coisas que posso desejar a qualquer criança é uma infância repleta deles.

Viva o livro infantil!


Beijos

Ana Mineira

segunda-feira, 12 de abril de 2010

DESESPERAR JAMAIS



Desesperar jamais
Aprendems muito nesses anos
Afinal de contas não tem cabimento
Entregar o jogo no primeiro tempo

Nada de correr da raia
Nada de morrer na praia
Nada! Nada! Nada de esquecer

No balanço de perdas e danos
Já tivemos muitos desenganos
Já tivemos muito que chorar
Mas agora, acho que chegou a hora
De fazer Valer o dito popular
Desesperar jamais
Cutucou por baixo, o de cima cai
Desesperar jamais
Cutucou com jeito, não levanta mais

Beijos

Ana Mineira

sábado, 10 de abril de 2010

SERESTA AO PÉ DA SERRA



Essa minha terra é cheia de cacoetes. Alguns bem irritantes, outros até bonitinhos. Um dos que eu mais gosto é da mania de seresta e serenata. Mais uma vez, como em tudo que é boêmio, meu bairro é pródigo nesse quesito também. Sempre teve seresta na praça. Há algum tempo atrás era sagrado, toda sexta-feira. E atire a primeira pedra quem naquela época não começou algum namoro numa seresta...

Há 27 anos em um dos mais populares parques da cidade, o Parque das Mangabeiras, acontece a "Seresta ao pé da Serra", que é uma pareceria da prefeitura com o Sesc-MG e o xodó de um jornalista muito conhecido na cidade, Carlos Felipe. As pessoas se reúnem, de quinze em quinze dias, durante os meses de seca (mais ou menos de março a outubro) pra ouvir e dançar ao som de grupos musicais que se revezam a cada evento.

É um acontecimento! Apesar de lá você encontrar pessoas de todas as idades, obviamente a maioria é gente... como direi...
mais madura... E o ambiente é tão familiar que, mesmo tendo um restaurante ao lado, a maioria dos frequentadores leva comida e bebida de casa pra compartilhar em mesas enormes, verdadeiras panelinhas. Rodam garrafas de pinga, que todos bebem na tampinha. Torresmo, linguiça, bolinhos... vira uma grande festa de roça.

Tem os casados e casadas que vão sem os cônjuges porque eles não gostam, ou não aguentam o barulho (tem uma que o marido usa aparelho de surdez) e aí só dançam com aquele par de praxe, que geralmente é filho de alguém ou marido de uma pessoa generosa e de confiança. Tem aqueles que encontram vizinhos que vão escondidos das mulheres. Tem um senhor, de 90 anos, que é "o" pé-de-valsa, não perde nenhum dia e dança com a mulherada toda. Casais de décadas se comportando como namoradinhos.
Tem amores velados e escancarados, novos e antigos. E cada roupa...

Tudo isso naquele friozinho (ou friozão, dependendo do dia) dos pés da Serra do Curral, no meio da mata. Coisas de uma cidade com complexo de Peter Pan, que não quer ser grande nunca... Com seus dilemas de metrópole e comportamento de arraial...



Beijos

Ana Mineira

quinta-feira, 8 de abril de 2010

A IDADE DA PAIXÃO E A PAIXÃO DA IDADE



Cena do filme Wolke 9, de Andreas Dresen

Na verdade "A idade da paixão" é o título de um livro de Rubem Mauro Machado, escrito em 1986 e
que ganhou o Prêmio Jabuti. Na verdade ainda não li, só adoro o nome... Pelas sinopses lembra um pouco uma fase do Érico Veríssimo sobre o final da adolescência (com quem só não caso por dois motivos: 1- já morreu; 2- eu ia virar madrasta do LFV e ia ser muito desagradável;). Vai um trecho:

“E como em oração, repito Sílvia, Sílvia, Sílvia, com um fervor amoroso que talvez só na adolescência seja possível. Pode um homem humilhado (alguém que sequer se sente bem alimentado) aproximar-se de uma mulher? Sobretudo de uma mulher que o atinge? Alguém que pela falta de contato com mulheres sente agravada a natural timidez (e que, certa desculpa ao mundo feita, à saída do colégio, tendo uma moça inesperadamente se dirigido a ele, pedindo uma informação, sentiu-se enrubescer até as orelhas. Só faltava a alguém assim pedir por estar vivo.”


Já disse muitas vezes o quanto gosto da adolescência; a minha e a dos outros. Exatamente por isso: pela intensidade de sentimentos. É tudo muito grande, muito forte, como se o mundo estivesse sempre prestes a acabar. Então não tenho dúvida: é mesmo a idade da paixão. Minha pergunta portanto fica sendo: seria a única idade da paixão? Paixão é coisa de adolescente?

Bem, busquemos o auxílio do Houaiss pra quem paixão é: "sentimento, gosto ou amor intensos a ponto de ofuscar a razão; grande entusiasmo por alguma coisa; atividade, hábito ou vício dominador" Ou seja, quase uma doença... Hoje em dia muitos profissionias da neuropsicologia já consideram que seja um "estado alterado da realidade comparável ao êxtase provocado pelas drogas e pelos delírios místicos". Já se sabe quais as substâncias envolvidas, como funciona, quanto tempo dura. Acho que só não conseguimos descobrir o que nos move pra ela e o mais grave: o que nos tira dela. Mas faço ainda aquela pergunta: para se ter a razão ofuscada tem idade? Se tivesse nenhum réu com mais de 20 anos poderia alegar insanidade, não é mesmo?

Pra mim é muito simples: é a paixão que move o mundo. É importante não apenas estar apaixonado como ser apaixonado. É muito melhor trabalhar com paixão, estudar com paixão, viajar com paixão, fazer esporte com paixão, fazer sexo com paixão, ter filho com paixão, amar com paixão... viver com paixão é muito melhor... Tá! Eu não sou parâmetro. Mas do mesmo jeito que muitas pessoas olham pra mim e acham graça da minha ingenuidade apaixonada eu tenho pena do realismo desbotado que fica depois que a vida vem e lava o êxtase. Tenho pena de quem não vive paixões e nem mesmo sonha com elas. É como se tivessem esquecido como é bom viver sob os desmandos de um vício dominador, por mais tolo que possa parecer depois de uma certa idade.



E nem uma palavra mal criada sobre o Guilherme Arantes ou essa música que eu adoro de paixão!

Beijos apaixonados

Ana Mineira

terça-feira, 6 de abril de 2010

CALÚNIAS!!



Ontem estava respondendo alguns comentários desaforados da minha xará e usei a palavra "calúnias"
e pra mim seria impossível fazer isso sem lembrar essa música...



Diz a lenda que ela foi feita aqui em Belo Horizonte, de brincadeira, dentro de um fusquinha.
Os integrantes do João Penca e seus Miquinhos Amestrados rodavam pela cidade quando tocou no rádio a música "Tell me once again" que significa apenas "me diga de novo" e fala só de um cara querendo escutar juras de amor,
mas eles fizeram isso:


Diz que vai dar, meu bem
Seu coração pra mim
Eu deixei aquela vida de lado
E não sou mais um transviado

Telma, eu não sou gay
O que falam de mim são calúnias,
Meu bem
, eu parei . . .

Não me maltrate assim
Não posso mais sofrer
Vamos ser um casal moderno
Você de bobs e eu de terno

Eu sou introvertido
Até no futebol
Isso tudo não faz sentido
E não meu esse baby-doll

(Telma, ô Telminha, não faz assim comigo
Não me puna por essas manchas do passado
Já passou
Esses rapazes são apenas meus amigos
Agora eu sou somente seu,
Meu amor...)

Como se não bastasse mandaram para o Ney Matogrosso gravar.
Ele, que tinha acabado de lançar "Homem com H", horrorizou. Coitado... Em plenos anos 80, era dar muito a cara a tapa...
Mas acabou topando.
Não sei de qual parte eu gosto mais nessa história: se da irreverência e humor non sense dos Miquinhos, ou da ousadia e também irreverência do Ney.
Sem falar que a letra é fantástica!
Vai aqui minha homenagem e admiração aos transgressores!!

A ousadia tem força, poder e magia.
Goethe

Beijos

Ana Mineira

quinta-feira, 1 de abril de 2010

RESSURJA!




Continuando a aula de catecismo iniciada há quase 40 dias...

A quaresma está acabando. O que isso significa??

Basicamente que o tempo de meditar, contemplar e sofrer está quase no fim.

Está chegando a hora de ressurgir. Para os cristãos é o que a Páscoa significa.
É como aquela velha história da borboleta: entrar num casulo uma lagarta feia e asquerosa, ficar lá no escuro e sair linda, com asas...

Acredito muito nisso... em ressurgir com asas...

Só que ao contrário de insetos e feriados religiosos não precisamos de um dia certo.

Podemos tomar nosso casulo
a qualquer hora...
Parece papo de auto-ajuda, né??
Um dia conto pra vocês.
Enquanto isso espero que todos que já tenham tido vontade de renascer um dia, se inspirem e criem asas...

Feliz Páscoa!!!!!!!!


Beijos

Ana Mineira