sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Lição de verão: EXIJA SEU PICOLÉ DE GRAVIOLA!!


Já disse isso na net algumas vezes:
Meu filho é escalafobético...
Excêntrico, engraçado, vivo, alegre, comunicativo, curioso, inteligente... uma figurinha.
Sempre cuidei do bem estar físico dele, até porque como mãe é meu papel garantir sua sobrevivência, mas o aspecto emocional sempre me preocupou muito.

Quero que ele seja uma pessoa feliz, equilibrada, autoconfiante e tudo de bom que se possa sonhar para um ser humano.

Por isso tem uma coisinha para a qual eu sempre o preparei: o "não".

Não pode, não dá, não tem, não é possível são conceitos que sempre me esforcei muito para que ele entendesse. Porque nada mais triste (e ridículo) do que um adulto que não sabe lidar com as frustrações.

Tá! Sejamos persistentes, tenhamos jogo de cintura, persigamos sempre nossos objetivos... mas sem fazer biquinho, sem fazer birrinha.

Então ele nunca foi de dar espetáculos em lojas, ou de sair aos prantos da casa de alguém porque não pôde ficar com o brinquedo preferido do amiguinho.

É filho único, mas generoso, aceita dividir com facilidade (menos a mãe, mas aí já é Édipo e eu não posso fazer nada...) e entende que não se pode ter tudo o tempo todo.
Porém, nessas férias, me deu uma grande lição...
Também já cantei aqui, em prosa e verso, o Picolé GiraSol de graviola, que é vendido na praia em Guarapari. É delicioso! E além do mar e do sorvete de torta de limão é uma das coisas que faço absoluta questão no estado do Espírito Santo.
De tanto ver isso meu anjo (meu pai acha esse apelido carinhoso uma piada da minha parte) aderiu ao tal picolé e eis que chega um vendedor só com um e que eu já tinha pegado.
Ele ficou revoltado com a injustiça...Como assim não tinha picolé de graviola pra ele?!
O rapaz explicou que tinha acabado e recitou todos os sabores (dezenas deles...) que ele ainda podia escolher.
Eu achei que com o imediatismo de uma criança de oito anos ele fosse se render ao de coco e voltar a brincar, mas ainda assim propus esperar outro vendedor passar (desesperando aquele que nos atendia).
Para meu espanto ele aceitou prontamente e dispensou o moço. Pegou o dinheiro comigo (um real!!!!!) e ficou fazendo plantão na areia esperando um outro que tivesse "picolé GiraSol de graviola" e nada menos que isso.
Quando finalmente conseguiu, deu o assunto por encerrado e foi saborear o produto onde gosta, no mar, com a água na cintura.
Fiquei com vergonha...
Eu provavelmente teria me resignado ao de coco...
Mas por que aceitar o mais fácil com tanta docilidade??
Coco e graviola são duas frutas tão diferentes!
Pra que tanto conformismo?
Aprendam, então, senhoras e senhores, outro moço vai passar e vai ter o sabor que você está querendo.
Não é preciso engolir tudo que nos é empurrado.
A vida tem mais, muito mais a oferecer do que uma única caixa de isopor de picolé...
E é nossa obrigação ir atrás do sabor preferido.

Beijos cheios de saudade...

Ana Mineira

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