segunda-feira, 8 de março de 2010

A DOR E A DELÍCIA DE SER MULHER

Jeunes femmes au bain - Henri Pierre Picou -1879

Nunca tive dúvida de que ser mulher é um privilégio.
Também sei que muitas vezes passa bem perto de uma maldição.
Mas não trocaria essa condição por nada. Ser "complicada e perfeitinha" é um dos meus grandes baratos.


Não invejo a força física, nem o senso de direção, ou a pontaria, a objetividade e nem mesmo fazer xixi em pé.
O sentimentalismo, o choro, a intuição, a picuinha, a sabedoria, a empatia colorem a existência feminina de uma maneira ímpar. A sensação de ter na mão as emoções e o poder sobre a vida preenche tudo.

A forma feminina, a voz feminina, o movimento feminino...
Peitos, quadris, pernas... tudo isso fascina o ser humano com uma intensidade que nem parece que o nosso macho, como a maioria dos outros na Natureza, é que foi feito pra se destacar esteticamente. A fragilidade humana se materializou na aparência da mulher e ficou bela...

Ao mesmo tempo tem a força... Ah, a força feminina. A força pra suportar a dor, pra convencer fingindo ser convencida, pra decidir fingindo acatar decições, a força pra dar força...

É tão complicado e tão simples ser mulher... Tão fragilizante e tão fortificante... Tão
humilhante e tão digno...

Por tudo
isso e mais um tanto é melhor não provocar...



Cor de Rosa Choque
Rita Lee

Nas duas faces de Eva
A bela e a fera
Um certo sorriso de quem nada quer

Sexo frágil
Não foge à luta
E nem só de cama vive a mulher

Por isso não provoque
É cor de rosa choque

Mulher é bicho esquisito
Todo o mês sangra
Um sexto sentido maior que a razão

Gata borralheira
Você é princesa
Dondoca é uma espécie em extinção

Por isso não provoque
É cor de rosa choque


Beijos

Ana Mineira.

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