quinta-feira, 29 de abril de 2010

MEDIOCRIDADE ANÔNIMA




Seguramente a Internet é uma das maiores invenções da história. Veio para revolucionar nossas vidas, para encolher o mundo, para diminuir distâncias, para democratizar. E apesar disso ser tão maravilhoso, muitas vezes é assustador e quando uma coisa assusta nós a mitificamos. Por isso a Internet virou o quarto escuro do século XXI, cheia de monstros e fantasmas.

Minha visão sobre isso é, particularmente, tranquila. Acho que a Net não favoreceu maus hábitos, acho que ela não aumentou o maucaratismo. Eles sempre estiveram aí. Pessoas sempre mentiram, sempre traíram, sempre se esconderam e nunca precisaram de computador pra isso. Para se ter uma idéia o primeiro sistema de correio de que se tem notícia remonta a 2400 anos antes de Cristo, no Egito. Alguma dúvida de que a carta anônima já existia antes disso??? E os telefonemas anônimos?? O que seria dos filmes e novelas dos anos 70 e 80 sem eles??? O que está diferente então?? A tecnologia, nada mais. A covardia continua a mesma.

Uma outra coisa permaneceu... A dúvida. Consigo até imaginar os egípcios com aquelas carinhas triangulares e cajal no olho se perguntando porque uma pessoa se daria ao trabalho de fazer uma coisa tão besta quanto intrigas anônimas... E acho que as repostas também não mudaram... Pelo menos a principal delas e a mais óbvia. É incrível como não é preciso ter muito para se despertar a inveja. A mediocridade se ressente até da paz de espírito alheia. E como não lembrar dos vilões das novelas mexicanescas e suas vidas vazias... Sem amigos, sem amores se contorcendo de ódio com o sucesso dos mocinhos.

Por isso o anonimato da Net não me assusta. Pessoas de verdade não tem nada a esconder, nem a temer de quem tem. Acho que tudo que precisamos fazer é preservar nossa intimidade na medida do razoável e isso vale pra qualquer lugar ou situação. A mentira na Internet tem tanta força e resistência quanto fora dela. E a medida disso somos nós mesmos que decidimos, quando damos importância ou sabiamente ignoramos a mesquinhez do outro.

Então... perdoemos a fraqueza humana!




Beijos

Ana Mineira

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